10/10/2022

Entrevista ABA: "Enquanto houver 1L de petróleo na mobilidade nacional, há oportunidade para a ABA crescer"

Muito mudou o cenário da bioenergia avançada nos últimos três anos. O balanço é positivo e mostra-nos um mercado em crescimento, com potencial para transformar a mobilidade, descarbonizar o setor e valorizar os resíduos enquanto matéria-prima para mover o amanhã. Conheça o trabalho da ABA nesta entrevista com o Presidente, Emanuel Proença, e fique a par dos objetivos e ambições para o futuro.

Com 3 anos e 15 empresas associadas, que destaques e conquistas marcaram estes anos de atuação da ABA no mercado? 

Olhando para onde estávamos em 2018/2019, sentíamos que havia uma grande incompreensão por parte de agentes, legisladores, fiscalizadores e até de ONG’s daquilo que é o setor, o que representa e o contributo que este pode trazer à economia portuguesa, ao país, à economia circular e à transformação da mobilidade através dos combustíveis verdes.

Ao olhar três anos para a frente, o ponto onde estamos hoje, podemos ver que a legislação evoluiu bastante e acredito que seja porque trouxemos ao legislador e aos vários órgãos de suporte, tanto na fiscalização como na orientação do setor, muito mais informação sobre o que estamos realmente a fazer. Saímos da sombra, de estarmos fechados nas nossas fábricas, e fomos explicar, tanto ao consumidor final como aos vários agentes que influenciam o setor, o que fazemos, como o fazemos, e porque é que aquilo que fazemos é tão importante para o país, para o ambiente e para o mundo. Aos poucos, parece-me que vamos transformando o quadro em que o setor opera de forma bastante positiva. 

Hoje já temos regularmente discussões importantes sobre como transformar o setor para melhor, e sobre como mudar a legislação que muitas vezes já tem 40, 50 e 60 anos e que foi criada com o objetivo de proteger combustíveis fósseis ou caminhos de descarbonização únicos. A participação nestas discussões é essencial para perceber como podemos adaptar a legislação para que seja possível o desenvolvimento de atividades que estejam em linha com todos os objetivos que temos enquanto sociedade nestas próximas décadas, e que não estavam a conseguir responder ao repto. Portanto, vivemos num contexto mais favorável, mas ainda em transformação.

Lembro-me que em 2019 tínhamos uma meta de renováveis nos transportes de 7%. Neste momento, estamos com 11%. Quem percebe do setor sabe que é um mundo de diferença. Havia empresas que estavam à beira da falência, apesar de estarem a fazer todos os possíveis para que a mobilidade descarbonizasse com valor acrescentado para o país. A verdade é que hoje estão bastante mais fortes, e a estruturar-se para voltar a investir e crescer. 

Não existiam anúncios de novos investimentos há imenso tempo e, atualmente, o panorama é totalmente diferente. Começamos a perceber que há mais caminhos de descarbonização do que a mobilidade elétrica e que eles trazem muito valor ao país, através das empresas que atuam neste setor, bem como de todas as que dependem total ou parcialmente dele. Acredito que estamos no bom caminho para um percurso de sucesso para os próximos 10 a 20 anos.

Em que aspetos a ABA veio sustentar a recuperação e crescimento das empresas associadas – um número que cresceu ao longo dos anos – que, em 2019, estavam à beira da falência? 

A ABA é mais um ator neste trabalho de equipa, mas é um ator que era necessário para representar e dar suporte à indústria e aos vários players que trabalham neste setor todos os dias. Tem um papel importante para assegurar que todo o trabalho que estes desenvolvem seja mais visível, mais compreendido, e mais acarinhado, e para ir tirando obstáculos do caminho. 

A verdade é que, quando não estamos envolvidos na construção política ou na construção de um ambiente mais favorável ao setor, tendemos a encontrar problemas em tudo. Era normal no discurso das várias empresas do setor considerarem que a culpa dos males era do legislador X ou do político Y, do concorrente Z ou de outra associação que não fazia bem o seu trabalho. Hoje, as 15 empresas associadas são chamadas a participar ativamente na construção de algo melhor para o setor. E assim, tudo é melhor.

Acredito que nos próximos anos o número de associados irá continuar a crescer. Continuamos a ser uma associação pluralista, com vontade de acolher outros pontos de vista que sejam complementares e bem fundamentados, e que estejam cá sempre para contruir mais e melhor neste setor.

Vemos também várias empresas que estão a olhar cada vez mais para este setor e para aquilo que podem fazer nele - casos de sucesso a ser construídos, um discurso mais positivo, mais informação – e, neste sentido, apercebem-se de que o mundo está a tender para aqui e, por essa razão, está a criar oportunidades de desenvolvimento.

Vemos manifestações de interesse em todas as vertentes emergentes do setor dos combustíveis verdes: combustíveis de pirólise, combustíveis sintéticos, electro combustíveis, etc. As formas de trazer mais química à transição energética são múltiplas, e todas assentam no mesmo: aproveitar resíduos e eletricidade verde para construir moléculas complexas cheias de energia, substitutas diretas e em larga escala de derivados de petróleo. É uma fórmula vencedora para todos. E, com o nosso apoio, vai continuar a acelerar.

A ABA acredita que este mix energético é uma resposta mais eficaz e mais imediata para esta descarbonização. O relatório que lançaram recentemente traz esse tipo de evidências de crescimento? 

Sim, os nossos relatórios têm mostrado que o aparelho produtivo que temos em Portugal está cada vez mais a trabalhar com tecnologia para processar mais resíduos, e para produzir mais combustíveis verdes e assim substituir mais petróleo. Isso é uma boa notícia, mas é só o primeiro passo do que podemos fazer. Nós achamos que, mais ainda do que converter o aparelho produtivo, conseguimos trazer novos aparelhos, novas fábricas, novas tecnologias e, portanto, mais crescimento. Há ainda muito petróleo para retirar do sistema, e para isso precisaremos de muito investimento e muitas novas fábricas.

Dentro do biodiesel, estamos a produzir cada vez mais a partir de matérias-primas residuais (e de cada vez mais origens e tipologias), e isso é muito positivo. Falta agora conseguir converter mais fábricas a adotar estas alterações, uma vez que algumas delas ainda estão presas a dogmas do passado. Precisamos também de mais capacidade de levar, aos postos de abastecimento, consumidores finais, frotas de automóveis, camiões, autocarros, veículos particulares e, mais tarde, também a navios e aviões, mais destes combustíveis verdes, acrescentando valor à economia e aproveitando resíduos que, de outra forma, seriam um problema. 

Há ainda muito a fazer. Os números mostram uma evolução, mas acredito que, tão ou mais importante que estes números, é ver que há iniciativas cada vez mais interessantes que quebram ideias pré-concebidas de que “não se pode misturar mais de 7% de biodiesel no gasóleo” ou que “não se pode pôr muito etanol na gasolina”, que são ideias que estão factualmente erradas e que estavam a atrasar esta indústria. 

Sente que a questão dos preconceitos e mitos que foram sendo criados acabam por ser um dos maiores desafios do setor? O que falta a Portugal para conseguir alcançar taxas de incorporação de biocombustíveis mais altas como existe já em vários países da Europa?

Eu acredito que os mitos que foram sendo criados são, em parte, culpa nossa. Nós não estávamos ativamente a explicar o que fazíamos e, portanto, estávamos a deixar que estes mitos, que favoreciam o status quo, perdurassem. Ao participarmos mais no debate público, ao darmos a cara, ao estarmos na televisão, nos jornais, e ao fazermos relatórios que mostram aquilo que esta indústria faz e traz de bom, estamos passo a passo a desmistificar as várias ideias preconcebidas e a construir aquilo que é a realidade – que este setor pode trazer muito mais e muito melhor à economia portuguesa.

Mudar mentalidades é algo que demora muito tempo, no entanto, acho que demos passos muito concretos nestes últimos anos. Nós falávamos com ONG’s ambientalistas que, não percebendo o que nós fazíamos, nos chamavam criminosos. Hoje são grandes apoiantes das causas que nós defendemos e trabalham diretamente connosco. Falávamos com fiscalizadores e estes achavam que isto era tudo um bando de doidos oportunistas. Agora compreendem que se faz muito trabalho de ponta neste setor, com tecnologia avançada e soluções que são benchmark a nível mundial. Portanto, acho que estamos a fazer aquilo que nos compete. 

Não é por acaso que a nossa indústria representamos mais de 90% do CO2 que foi reduzido na mobilidade nos últimos anos em Portugal. Mas ao mesmo tempo toda a atenção mediática recai sobre a mobilidade elétrica, que representa 1%. Isto acontece porque o discurso da mobilidade elétrica tem sido muito forte - um discurso que foi construído ao longo dos últimos 20 ou 30 anos, por muitos atores, todos eles com o objetivo de transmitir uma mensagem comum e, portanto, ocupar o espaço mediático. E em parte ainda bem, porque é uma solução a desenvolver. Agora é preciso explicar que isso é só a ponta do iceberg, e que há mais coisas a fazer em paralelo.

A descarbonização da economia e a descarbonização da mobilidade em particular, que é aquilo que nós tratamos mais como prioridade, é uma temática muito mais complexa do que pode ser absorvido por uma opinião pública que anseia por soluções imediatas e fáceis. Acho que o trabalho é urgente mas é também longo, feito em muitas frentes em paralelo, e que é feito passo a passo com medidas e ações concretas tomadas todos os dias, e devidamente comunicadas. 

Acredita que esta é de alguma forma também a vossa missão? No fundo, educar, estar mais perto dos consumidores, de produtores, dos próprios órgãos com poder de decisão?

Sim, informar. Mais do que ter uma posição de sobranceria, é preciso que nós, se queremos defender o bem deste setor e defender as melhores formas de chegar às soluções que a sociedade em geral procura, informemos e ajudemos a construir essas soluções. Acho que é isso que a ABA tem por responsabilidade fazer, bem como criar o máximo de harmonia e cooperação possível dentro da indústria. Em conjunto, acho que conseguimos fazer coisas muito interessantes e com impacto - e nestes últimos três anos isso tem sido possível de observar. 

Que oportunidades é que existem para este setor relativamente jovem, e de que forma é que a ABA também se integra neste panorama e pode contribuir para que elas se materializem?

Enquanto houver 1L de petróleo na mobilidade nacional, há oportunidade para ABA. Enquanto houver 1KG de resíduos com muita energia que seriam aproveitáveis para trazer mais verde à mobilidade, há oportunidade para a ABA. E enquanto houver mais agentes com vontade de desenvolver este setor e trazer soluções interessantes que façam com que Portugal seja competitivo nesta área, com que produza, acrescente valor à sua economia e eventualmente até exporte, há uma oportunidade de desenvolvimento para a ABA. Enquanto houver estas três coisas (e ainda as há, e muito!), nós temos trabalho para fazer.

Além da questão dos biocombustíveis – como o próprio nome da associação indica – abordam a Bioenergia. Esse será um passo seguinte? O foco tem sido a mobilidade, mas de que forma é que a produção de bioenergia se pode elevar a outro tipo de consumo?

O mundo da energia é um mundo muito grande e dentro desse mundo há muitos setores para os quais há respostas interessantes que estão a ser desenvolvidas.

Nós vemos na mobilidade uma necessidade grande de fazer muito mais do que aquilo que fizemos nos últimos tempos. Há muitos casos que vemos como interessantes pelo mundo fora, em que países inteiros têm conseguido escalar soluções mais interessantes para a sua economia, e o que queremos é replicar ou até melhorar. Dou 3 exemplos:

1] Biocombustíveis: Vêm-se casos espetaculares num Brasil com uma frota ligeira 100% flexível entre gasolina (que tem 27% de etanol) e etanol, ou com uma frota pesada que consome B14, ou casos como o da Califórnia, Indonésia e vários outros em que o gasóleo já é uma mistura de 20% de biodiesel e 80% de diesel. Vemos ainda casos como os dos países nórdicos, onde já é raro um posto não ter pelo menos um combustível 100% verde compatível com os veículos tradicionais. Ou por fim uma Alemanha ou uma Suécia, onde estão a abrir dezenas de fábricas de combustíveis sintéticos. São tudo casos excelentes, que nos provam que podemos fazer muito mais.

2] Biogás: Quando vemos que em mercados como o francês ou o holandês trabalham diariamente milhares de unidades de gases renováveis a contribuir para a descarbonização das suas indústrias e do seu gás (até da China vêm exemplos: lá já são hoje mais de 100.000 fábricas de biogás em operação), vemos que há muito potencial de evolução em Portugal também nesse aspeto. E isso é também bioenergia avançada: produzir moléculas complexas, muito densas em energia, com tecnologia avançada, transformando problemas em fontes de valor, e descarbonizando a produção de energia através da economia circular. E é por causa disto que a estratégia nacional é dos gases renováveis, e não só do hidrogénio. Se não o dissermos, e se não o desenvolvermos, a tendência será de novo a simplificação e o foco excessivo numa só solução, que em muitos casos não é a melhor.

3] Combustíveis verdes: Dentro da bioenergia olhamos cada vez mais todos os combustíveis verdes, que são muito mais do que biodiesel. Incluem a pirólise de resíduos, os combustíveis sintéticos, os electrofuels e os combustíveis hidrogenados (HVO). Todas estas tecnologias estão em fase de scale-up industrial pelo mundo, com alguns países mais avançados que outros: nos países nórdicos já mais de 15% da mobilidade é verde por ser alimentada a HVO produzido a partir de resíduos da indústria papeleira, por exemplo. Se estivermos a trabalhar numa solução única, outra vez, vamos perder oportunidades de desenvolvimento do país e de aceleração da transição energética. E acho que isso não vai acontecer. No último ano apenas, assistimos a mais de 10 manifestações de interesse para a instalação de fábricas destes combustíveis verdes avançados em Portugal. Na ABA, é altura de arregaçarmos mangas também aqui e de ajudarmos: contribuindo para a construção de um debate público mais rico e de políticas públicas mais interessantes para o desenvolvimento do país, e abrindo caminho para que estas fábricas se instalem cá e criem valor e ecologia o mais rápido possível.

Quais as ambições em que ABA planeia trabalhar nos próximos anos? Já existem medidas e ações concretas? 

Enquanto aqueles três desafios estiverem na mesa nós temos trabalho a fazer. No mais concreto e mais imediato, temos diversas medidas em construção e em elaboração. Entre elas, podemos destacar uma estratégia para os gases renováveis em que queremos participar, uma diretiva europeia de renováveis (RED-II) que tem de ser transposta para a legislação nacional e em que queremos ter um papel ativo, algumas alterações a leis concretas que estão a bloquear o desenvolvimento deste setor e que queremos ajudar a ajustar, e também iniciativas a nível da DGAV e da Agência Portuguesa do Ambiente. 

Temos muitas frentes onde achamos que, contribuindo positivamente, mais uma vez, podemos ajudar a que se construa um quadro mais favorável. Ao mesmo tempo que fazemos isso, queremos dar mais visibilidade a toda esta indústria que se está a desenvolver, bem como explicar à sociedade portuguesa que esta onda de combustíveis verdes, trabalhada em conjunto, pode ajudar a que dentro de 10 anos tenhamos um Portugal muito mais independente energeticamente de hidrocarbonetos e de blocos políticos menos fiáveis. 

A Rússia fez-nos relembrar porque é importante a geopolítica. É agora fácil de perceber porque é importante ter independência energética. Ela está mesmo debaixo dos nossos olhos: desde que Portugal passe a ter capacidade de valorizar os seus recursos endógenos e os seus resíduos, reduzirá a sua pegada carbónica, construirá valor e terá uma economia mais independente e resiliente. Estou convicto que o país e o mundo precisam disso.

O que devemos esperar da RED II? 

Ao olhar para os pacotes das Diretivas Europeias de Renováveis (a RED-I, II e III), há 3 ilações a tirar. A primeira é que, se queremos chegar muito longe e rápido, temos que fazer muitas coisas ao mesmo tempo. 

A segunda é que, olhando para a execução da RED I, Portugal acabou por ter um grande sucesso. Conseguimos chegar à meta dos 10% renováveis no transporte nos prazos expectáveis, com uma pegada carbónica muito interessante e aproveitando bastantes mais resíduos, como o caso de óleos alimentares usados, que a média dos países europeus. Tudo isto com uma indústria própria, produzindo em Portugal, e com sobrecustos para o consumidor quase impercetíveis. Foi, sem dúvida, um grande sucesso, mas teve muitos altos e baixos. A evolução legislativa entre 2018 e 2019, que foi catastrófica (fomos dos poucos países a alguma vez baixar uma meta de renováveis no transporte), é a prova disso. Mas no fim chegámos lá.

Agora estamos ainda a trabalhar no quadro da RED I, porque a RED II nos transportes ainda está a ser transposta, mas estamos já em forte mutação. Há muitos detalhes a salvaguardar fazer para garantir que a transposição da RED II se faz de uma forma positiva, bem feita e sem erros. É hoje que se definem as bases para o sucesso nos próximos 10 anos. 

Ao mesmo tempo que estamos ativamente a preparar-nos para construir e trabalhar este debate público da melhor forma possível, estamos já a trabalhar na Europa a RED III, que trará ainda mais ambição a implementar até 2030. Estamos ativamente a trabalhar diretamente com a Comissão dos Europeus e com agentes de várias outras instituições europeias, para ajudar a fazer com que esta RED III tenha as bases para uma meta de renováveis muito mais ambiciosa e ao mesmo tempo implementável com valor económico e ambiental e custos controlados. 

Termos construído há dois anos atrás a visão ABA 2025 ajudou muito, pois permitiu-nos analisar aquilo que achávamos naquela altura que a indústria poderia ambicionar alcançar. Essa foi a base perfeita para ajudar a construir uma RED III precisamente com o objetivo de fazer mais. 

Em simultâneo, na Europa, estamos ativos no apoio à construção de vários outros pacotes legislativos: são exemplo disso a Fuels Quality Directive, a ReFuel EU e um conjunto de outros diplomas que são tão ou mais importantes para o futuro deste setor. É frequente na legislação europeia que alguns objetivos se sobreponham, e é preciso lutar para que tudo acabe por funcionar em harmonia e provocar os resultados desejados. 

A terceira e última lição resulta deste trabalho de ligação entre a Europa e Portugal. Vemos muita coisa que da RED I, da FDQ ou de outros pacotes legislativos que na transposição para a lei nacional Portugal encontrou entraves, não foi feita como nós defenderíamos ou acabou por produzir efeitos contrários por haver na lei portuguesa detalhes mais antigos que o provocaram. Ajudar a que se faça bem esta ligação entre a Europa e Portugal, e alertar para as incongruências e os ajustes que é preciso fazer, é crítico para desenvolver mais este setor. 

Tudo isto, se for bem feito, dá muito trabalho e demora muito tempo. Mas estamos hoje 3 anos mais perto do que estávamos quando começámos. E o bom de trabalharmos na defesa de um setor que constrói um mundo melhor é esta: tal como é melhor o presente do que era o passado, é ainda mais promissor o futuro.