2/20/2023

O que podemos esperar de um futuro sustentável? Três temas-chave em debate no World Economic Forum 2023

Em janeiro, o mundo virou as suas atenções para Davos, cidade suíça que acolheu a grande cimeira do World Economic Forum 2023. Enquanto espaço para debate, este foi um momento essencial para pensar sobre as problemáticas que a sociedade enfrenta e as soluções que, em conjunto, devemos promover para assegurar um planeta e um futuro sustentável.

Ao longo de cinco dias, centenas de oradores, organizações e participantes tiveram oportunidade de levantar questões fundamentais sobre economia, sociedade, ecossistema, ambiente e comunidades. Entre os temas em debate, o futuro do setor energético esteve em destaque pelo panorama vivido atualmente.

Com a crise energética lançada pela guerra a leste da europa, cortes no abastecimento e flutuações de custo generalizados nos combustíveis fósseis, e metas de descarbonização impostas pela UE para cumprir nos próximos anos, a ABA defende que é fundamental repensar estratégias e intervir junto dos diferentes players para continuar a assegurar o fornecimento de energia para fazer o mundo girar, mas com o menor impacto carbónico possível.

Três temas-chave para o futuro

1.  Acelerar a transição energética em segurança

Há vários pilares essenciais a assegurar para que o processo de descarbonização dos diferentes setores seja feito de forma segura, justa e “limpa”. Toda a energia se assume como um bloco fundamental na economia global e com a pressão que a crise climática traz devemos repensar na forma como esta é produzida, distribuída e consumida. Com a urgência de manter todos os setores em funcionamento, sem cortes energéticos, surgem desafios nas fontes a utilizar com menor impacto ambiental também a médio e longo prazo.

Na ABA, defendemos que é no “mix” de diferentes energias, renováveis e alternativas, que encontramos a resposta viável e imediata para acelerar a transição energética. Os biocombustíveis de resíduos e outros avançados são mais um aliado nesta missão pela preservação do ambiente e descarbonização de diferentes setores, da mobilidade à indústria, do retalho ao doméstico.

2. Criar uma mobilidade sustentável nas cidades

Apesar da queda nas emissões de GEE durante os anos de pandemia, o setor dos transportes tem voltado a assumir grande expressividade nos níveis de CO2 na atmosfera. Com o retomar da circulação diária, veículos ligeiros e pesados, para transporte privado, público e de mercadorias, estão novamente a aumentar as suas emissões poluentes e a degradar a qualidade do ar.

Para transformar esta realidade, na ABA defendemos que é essencial fomentar o uso de transportes e de fontes de energia mais limpas, onde os biocombustíveis de resíduos e outros avançados ganham particular expressão. Ao utilizar matérias-primas sustentáveis na produção de combustível, como óleos alimentares usados, produtos e gorduras alimentares expirados ou borras de café, este tipo de bioenergia permite ser integrada parcial ou totalmente nos veículos com motor a combustão que hoje circulam nas cidades, mas sem impacto carbónico porque não tem origem fóssil.

Assim,e em coordenação com veículos elétricos, movidos a gás ou rede ferroviária, osbiocombustíveis permitem acelerar a descarbonização dos transportes sem afetara qualidade e o congestionamento nas cidades.

3. Dar poder às gerações mais novas

Entre os fundos direcionados para projetos de sustentabilidade, apenas 0,7% são destinados a iniciativas lideradas por jovens. Contudo, as gerações mais novas estão ativamente envolvidas no debate pelo seu futuro e continuidade do planeta e marcaram grande presença na conferência, levantando questões essenciais sobrejustiça climática, tecnologia em auxílio da sustentabilidade, educação e empoderamento cívico.

Sem informação é difícil acolher a inovação, onde surgem dúvidas e é preciso mais esclarecimento para auxiliar a transformação na sociedade. Os jovens estão cada vez mais e melhor informados sobre temas de sustentabilidade e é sobre eles que recai a maior responsabilidade na continuidade das transformações que já se estão a operar e todas as novidades que estão, ainda, por surgir.

Assim, é essencial que as gerações mais velhas, hoje no poder e liderança das organizações, acolham também as ideias e os projetos que os mais jovens estão a desenvolver, escutando as suas preocupações e abrindo espaço para construir um cenário positivo para o planeta do futuro.